quarta-feira, junho 20, 2007

No fundo da Lagoa do Barreiro-2

Mariano ainda ficou trinta minutos tentando pescar alguma palavra de Cordélia que fizesse sentido.O choque foi muito grande. Passar de um Domingo amoroso para um sumiço pecaminoso mostrou ser um baque muito forte para Cordélia. E por mais que Mariano olhasse para a Lagoa do Barreiro, não havia outra resposta dada por ela a não ser sua própria face. Só mudava com suas inúmeras caretas de incredulidade....
Enquanto o mundo continuava a se desdobrar em ondas de choque lá no mundo não-aquático, Ana Jacinta pegando um fôlego como há muito não se via e completando com suas braçadas velozes pelos anos de treino, levava Olavo para um de seus esconderijos favoritos: sua pequena mansão sub-aquática feita exatamente abaixo do que chamam lá no Araxá de Fonte Dona Beja. Obviamente que o mundo terrestre jamais imaginou deste refúgio ultra-secreto de Ana Jacinta. Mas para ela, a Fonte Dona Beja era sim um belíssimo local para se divertir, usando de seu tucanático: um aparelho que complementava enormemente seu nariz, e que lhe permitia 24 horas de autonomia de respiração. O tucanático não lhe permitia viver como peixe em tempo integral, por isso Ana Jacinta aproveitava geralmente o horário de 2 da manhã para dar sua respirada no mundo terrestre. O que já foi material de estudo de muita gente, querendo comprovar que Ana Jacinta ainda existia, para um estrondo de risadas de toda sociedade araxaense, até mundial.
Olavo, ao chegar na mansão jacintiana, ainda não conseguia entender para onde havia sido levado. Afinal ele também tinha sido expurgado de seu Domingo amoroso. A diferença é que Olavo, ao ter contato com esta mansão fora da realidade, parecia começar a querer mudar, mesmo que inconscientemente, os rumos do seu coração.

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Para ver a primeira parte da estória venha aqui

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